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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Ko Tao


Depois de uns dias nas praias mais sociaveis de Railey partimos para Ko Tao, a ilha Tartaruga, perdida no mar da china.
Para aqui chegarmos foi preciso um long tail boat, um taxi de caixa aberta, um aircon bus e "o" cargueiro da meia noite.
Um andar para a carga encimado por uma pousada da juventude com colchoes a cobrir todo o chao.


A malta la se arranjou tentando garantir o maior espaco almofado possivel.
A viagem correu com o embalo do sono pelas poucas ondas deste mar azul.


Ao abrigo do nascer do sol desembarcamos na vilazeca composta por meia duzia de ruas por onde deambulamos ainda meios embalados entre saris, lojas de mergulhos torradas e cha a espera do pickup. Mais uma caixa aberta desta vez 4x4 que nos levou ao extremo nordeste da ilha por caminhos ate ao aconchego sereno do Rock View Resort.

Um recanto isolado, com bungalows a espreitar um vista maravilhosa de rochas palmeiras e mar.

Os dias passavam-se tranquilamente entre o espreguicar do pequeno almoco, o espreguicar do almoco e o espreguicar do jantar. Pelo meio davamos um bocado a perna para podermos voltar a espreguicar com vontade.

Os dois lados da moeda



Foram precisos dez minutos para nos enfiarmos na agua e percebermos que a accao estava toda submersa. As boas vindas foram dadas por um cardume gigante de anchovas nada timidas atraves do qual tivmos de abrir caminho quase a catanada.

(A mancha escura que nos rodeia nao e sugidade mas sim milhares de peixes em confraternizacao)
O fundo do mar esta repleto de corais de multiplas cores que vao sendo mordiscados por todas as especies de peixes multicolores que por aqui abundam. A experiencia a semelhante a estarmos dentro de um aquario do tamanho do mar, o silencio amordacado das profundezas envolve-nos constantemente e todas as energias dos sentidos se centram no olhar atento a tudo o que mexe e ondula.
Dado que a maquina de capacidades subaquaticas se assustou com tanta peixeirada e resolveu deixar de funcionar eis uma pequena dramatizacao das imagens que nos arrebatavam todos os dias ( a falta de lapis de cor recorremos as bolachas)

Como o ar das profundezas era algo rarefeito e de vez em quando chovia ao anoitecer aqui ficam alguns devaneios.

A noite abraca-nos suavemente e nos entregamo-nos a sua maravilhosa ausencia do concreto.
Corremos os seus contornos difusos sem a pressa de chegar a lugar algum.
As pedras sao da cor do sol e o mar emita infantilmente o verde do ceu. Nas imediacoes tres ou quatro pes procuram os sapatos enterrados na areia pelo seu cao amestrado. Um barco chega no mesmo instante em que parte e os seus passageiros apressam-se a comprar os bilhetes para embarcar em terra firme. Ao largo, mais duas embarcacoes aguardam ao abrigo das suas sombras que a mare vaza os deixe aportar por natureza. Dois passarocos propulsionados a preguica descansam os olhos numa varanda altaneira preparando-se para a longa travessia que se avizinha.
A luz retira-se em meditacao buscando iluminacao superior.
O horizonte estremece como que anunciando a partida da indefinicao confortavel da imaginacao.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei dos "dois lados da moeda"
Também a solidariedade presente, no meio aquático: Vós e os Peixinhos.
Razão tinha o Bom Padre António Vieira, que os escolhia por companhia e com eles dialogava, por longas e longas horas! Como melhores ouvintes, não havia!
Que Bom!... que Bom!... e o Bem Bom está em ordem decrescente, para mágoa dos protagonistas do filme.
Mais serão rodados em oportunos momentos.
Cá ficaremos, atentos, para nos deliciarmos, bem refastelados, do lado de cá.
Continuem a alimentar, e Bem, a vossa vida.
Beijos, muitos e Saudades de todos nós