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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A Travessia ou Era uma vez no Oeste ou O Dia da Besta

Quando chegamos na carcassa-dormitório a Ko Tao pensamos que as nossas experiencias nauticas teriam atingido o seu auge. Tao enganados que estávamos !!!
Ainda com a paz de espírito no sitio, vemos chegar a nossa boleia de regresso ao continente, este hermoso catamaran.

Ainda não tínhamos alcançando a dimensão total da pergunta "Costumam enjoar?" feita pela nossa estalajadeira quando nos deixou no porto e se despediu com o seu sorriso largueirão de sempre.
A viagem seria curta e nos quisemos apreciar os últimos momentos da paisagem marítima destas costas e portanto ocupamos juntamente com as mochilas um lugar na varanda do deck superior.
Assim que o barco deu inicio a sua travessia percebemos que tínhamos embarcado num touro enraivecido pior do que o mais feio das feiras populares.
Rapidamente percebemos também a razão de ser do comentário, "hoje esta um pouco de vento e ha ondas , talvez cheguem um pouco mais tarde".
Assim que entra em mar aberto o barco desata aos saltos, insano, ora atingido o cume do Everest ora mergulhando ate as profundexas da Fossa Abissal.
Era a loucura, os incautos passageiros gritavam de "êxtase" entre projecões de vómitos.
Os hospedeiros desta embarcação tinham como única tarefa distribuir sacos de plastico e papel higiénico.
Nos agarravamo-nos como podíamos tentando controlar o galope louco das mochilas que tentavam voltar para terra firme.

Finalmente decidimos assistir a danca a coberto da cabine inferior. A tarefa revelou-se algo dificil pois tinhamos que arrastar as mochilas por uma escada aberta ao mar e entrar numa porta que nao se decidia entre o estado de fechada ou aberta. Com alguma ginastica, fisica e mental, la conseguimos atingir o objectivo.

Apesar da resistencia dos hospedeiros (com receio de lançar o panico geral) a tita era a unica que tinha conseguido um colete e era olhada com inveja pelos outros passageiros entre vomitos para o saquinho.

Agarramo-nos a um poste e infrentamos a BESTA com punho firme!!! A calvagada prosseguia entre saltos, mergulhos e splashs de ondas nas janelas do barco. O facto de um hospedeiro numa tentativa de acalmar as hostes ter dito que aquele era o primeiro catamaram da companhia e que tinha mais de dez anos nao resultou e seguiram-se mais uns quantos saquinhos cheios.

Os nossos estomagos, apesar de rodeado por regurgitantes mantiveram-se firmes e hirtos como uma barra de ferro.
O ar dentro da cabine era um pouco abafado e mal cheiroso pelo que assim que a fera amainou um pouco voltamos ao ar fresco da cobertura, agora sem as mochilas, o que nos permitiu apreciar o resto da cavalgada.

Depois de mais sete horas de autocarro provocadas pela greve dos comboios, chegamos a Bangkok as tres da manha entregando os ossos cansados ao hotel Swan (uma perola baratucha com piscina no meio de Bangkok).

Hoje, ultimo dia deste periplo asiatico, vamos dedicar a mais uma passeata por Bangkok e aos seus divinais camaroes gigantes de Chinatown.

Partimos depois das doze badaladas (para nao ser dia 11 de Setembro) com uma paragem para um prometido pequeno almoco reforcado em London City na companhia da Susana.

1 comentário:

Anónimo disse...

Os incautos que se precavessem nessa vossa última aventura que, de uma certa maneira, me fez visllumbrar as iniciais movimentações do "Titanic"!...
Deus nos livre!
Felizmente, cumpriu-se o provérbio "Depois da tempestade, a bonança desejada"!...
Neste último dia, os vossos estômagozinhos, valentões que foram, na aventura, mereceram deleitar-se com uma refeição, à maneira, com os já famosos camarões gigantones...!
Hoje, aqui vai, o último comentário e confesso que com uma centelhazinha de saudade!...
A nossa expectativa, emoção, alegria e ansiedade, diárias, na corrida para a janelinha mágica "c'est fini".
Sobrepõe-se, no entanto, e bem mais forte, o querer-vos do lado de cá do que "TailáTailá".
Um "Thank you" imenso pela aventura maravilhosa que viveram e partilharam com todos.
A Reportagem, digna de um "Lonely Planet" mas mais enriquecida, quanto a mim, pelos relatos históricos, personalizados pela ironia, pelo lado humano, pela observação emotiva, enfim, muitas mais palavras teria eu para melhor a definir mas faltam-me...
O último cartuchinho está a expirar!...
Um Até Sempre se impõe, com os coraçõezinhos repletos!...
A nostalgia instala-se um pouco...
Ficam, bem presentes, gratos e felizes momentos, alegrias a dois... a três e com muitos, com essa "Gentes de mil sorrisos", onde sentiram, mais uma vez, que o Paraíso existe, com mais fraternidade, simplicidade, igualdade e solidariedade.
Novas aventuras, no entanto, vos aguardam por cá. Uma delas, avoluma-se em novos rumos de entusiasmos e até de apreensões!...
Mas como é bom cumprir um sonho, outro e mais outro...
Um Xi-coração muito apertadinho e repleto de Muito Amor para vós.
Continuem bem e uma óptima viagem.